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  • Foto do escritorMarília Trevizan

Lidando com a Ansiedade

Viver é também exercitar um permanente malabar por entre as emoções, desenvolvendo estratégias para andar lado a lado com tudo o que nos compõe, descobrindo o que nos limita e o que nos expande. Afinal, a vida é abundante, são muitos os estímulos, os desejos e as buscas, e somos limitados – é impossível alcançarmos tudo o tempo todo e ao mesmo tempo. É preciso fazer escolhas, algumas vezes caminhos são impostos, outros deixam de existir e outros tantos surgem.

Somos também seres relacionais, temos família, amigos e um tanto mais de pessoas que encontramos pelos caminhos da nossa vida para interagir, para acrescentar e precisamos nos ajustar a cada nova relação – ou, então, decidir sair delas. Entre tantos caminhos e possibilidades as emoções emergem, todas com o objetivo de nos auxiliar a compreender os caminhos, mas algumas, em decorrência da intensidade e duração geram efeitos negativos na vida, entre as mais sentidas e faladas está a ansiedade.

Essa que, quando moderada, serve para nos mover para o mais, nos preparando para as situações do cotidiano, mas, quando exagerada, bloqueia nossos processos naturais, gerando paralisia ou decisões impulsivas baseadas em percepções pouco claras e com resultados nem sempre satisfatórios, o que gera frustração e mais ansiedade.

A ansiedade é democrática, a maioria de nós já se sentiu ansioso em algumas, ou muitas vezes na vida, por essa emoção ser inerente à existência, o grande diferencial está na nossa capacidade de lidar com cada situação que se apresenta.

A palavra ansiedade em si tem sido usada de forma abrangente para nomear uma enorme quantidade de sintomas e desconfortos. Contudo, alguns sintomas típicos da ansiedade deixam de ser reconhecidos como: tremores, sudorese, respiração ofegante, dores de cabeça ou no peito, urinação frequente, dores abdominais, visão desfocada, insônia, e muitos outros comportamentos como limitações de convívio e de lugares.

Sim, a ansiedade interfere significativamente em nossas escolhas e liberdades, quando ansiosos deixamos de ir e vir para fugir de situações que, mesmo desejadas e agradáveis, geram essas sensações desagradáveis.

Mas se não é possível eliminar a ansiedade, o que fazer? Desenvolver recursos

emocionais potentes e capazes de nos levar de volta a um ponto de maior equilíbrio no menor tempo possível. Buscando através do conhecimento do corpo, dos sinais de que vamos desregular, identificar o mais rapidamente possível que saímos do prumo e retornar para um lugar de maior segurança e equilíbrio utilizando as estratégias mais adequadas.

É tão difícil quanto fácil, pois a resposta pode ser encontrada em nosso corpo e

por meio do autoconhecimento, a mesmo tempo que exige uma dose de coragem,

persistência e responsabilidade pessoal. Mas com toda certeza, os efeitos, assim que começam a surgir, nos mostram que o caminho da regulação emocional é possível, acessível e transformador.

O Autoconhecimento e a responsabilidade pessoal são essenciais para o desenvolvimento de uma vida com mais qualidade. E o caminho mais fácil é sempre fazendo o possível, o pouquinho, o que damos conta. Perceber nossa respiração ao longo do dia, se estamos mantendo um ritmo saudável ou estamos com respirações curtas ou muito intensas, verificando em quais situações reagimos com diferentes respirações. A partir dessa informação básica, perceber as situações que nos desregulam e o que serve de recurso. Esse último refere-se a tudo o que nos ajuda a voltar para uma postura mais regulada – com as emoções mais equilibradas.

A partir desse conhecimento não há limites para a nossa capacidade de autoconhecimento e de descoberta de situações que nos ajudam a equilibrar. A partir desse ponto, colocando-se em movimento atento, aos poucos e de forma natural vamos nos tornando mais regulados e menos ansiosos.

Perceber a realidade que nos cerca, conhecer nosso corpo, nossas emoções buscar recursos mais adaptativos torna a vida mais fluida, colorida e possível e, em cada passo de coragem, descobrimos como é seguro caminhar, e o medo gerado pela ansiedade vai nos acompanhando mais de longe, seguindo junto e não nos bloqueando.

Nos tornamos capazes de aproveitar a abundância do mundo com alegria e satisfação.

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